Celso Sabino (União Brasil) comunicou ao presidente Lula sua saída do Ministério do Turismo, nesta sexta-feira (26). Em conversa com jornalistas, ele afirmou que entregou sua carta de demissão.
“Tive uma conversa hoje com o presidente da República, em virtude da decisão que o partido ao qual eu sou filiado tomou de deixar o governo. E vim hoje aqui cumprir o meu papel. Entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido”, disse.
Apesar de já ter entregue sua carta de demissão, Sabino disse que recebeu um pedido do presidente Lula para ir ao Pará inaugurar obras para a COP30, que acontecerá em Belém, neste ano.
"Recebi do presidente um pedido. Na próxima semana, uma ação pela qual todos nós do governo, inclusive o Ministério do Turismo, tem trabalhado muito, que é a COP que vai acontecer na cidade de Belém no mês de novembro. Na próxima semana, o presidente estará indo ao estado do Pará para inaugurar boa parte dessas obras. Grande parte das obras que vão servir para receber os chefes de estado, as delegações que estão vindo para essa importante discussão que vai acontecer na cidade de Belém em outubro e que tem a participação direta do Ministério do Turismo e desse ministro, serão entregues pelo presidente na próxima quinta-feira. E o presidente pediu que eu acompanhasse nessa missão a cidade de Belém, na próxima quinta-feira, e assim nós vamos estar", afirmou.
Entenda
A direção do União Brasil aprovou por unanimidade uma resolução determinando que todos os filiados com cargos de livre nomeação no Executivo, incluindo ministros, deixassem suas funções, sob risco de sofrer sanções disciplinares, como expulsão por infidelidade partidária.
A decisão de Sabino marca o fim de sua passagem pelo Ministério do Turismo, cargo que ocupava desde 2023. Segundo aliados, a medida foi tomada em respeito à determinação partidária e para evitar um confronto interno que poderia resultar em seu afastamento do União Brasil.
Nos bastidores, o Planalto já avalia possíveis nomes para assumir a pasta, enquanto interlocutores de Lula tentam minimizar o desgaste político provocado pelo desembarque do União Brasil.
A resolução que provocou a saída de Sabino foi aprovada em meio à crise interna no partido, deflagrada pelas denúncias contra Antônio Rueda. O presidente do União seria dono oculto de jatos executivos, que estão formalmente em nome de terceiros e de fundos de investimento, usados no transporte de líderes do crime organizado. A informação foi revelada nesta quinta-feira pelo portal ICL. Em nota, o União Brasil manifestou solidariedade a Rueda e reafirmou que a decisão de exigir a saída de seus filiados do governo tem como objetivo preservar a unidade partidária diante do cenário turbulento.