
O médico Gabriel Milet teve o carro roubado em julho no Rio de Janeiro. Para ele, a solução para voltar a ter sensação de segurança no trânsito foi blindar o novo veículo.
“Meu carro anterior não era blindado, estava numa situação exposta. Acho que o carro blindado poderia ter me dado uma ajuda importante para sair daquela situação”, lembrou, justificando a blindagem do novo veículo. “Decidi a respeito de dar mais segurança para mim e para minha família”, completou.
Ele não está sozinho. Um levantamento da Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), com dados do Exército, mostra que a busca por mais segurança segue alta. Só no primeiro semestre de 2025, cerca de 22 mil veículos foram blindados pelos donos.
O número desse tipo de veículo no Brasil em 2025 cresceu 11% em relação a 2024. A estimativa é que 425 mil carros sejam blindados em todo o país. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará lideram o ranking do setor.
O nível mais usado é o que suporta disparos de pistola de até 9mm e revolveres 44 Magnum, considerada a maior arma de mão. Para proteção contra tiros de fuzil, é necessária uma blindagem específica, que pode custar até cinco vezes mais. No Brasil, apenas 206 veículos têm esse tipo de blindagem, sendo 41 no Rio de Janeiro.
O levantamento também aponta o crescimento de carros blindados destinados às forças de segurança do país. Em 2023, foram 1.518 veículos blindados; em 2024, o número subiu para 1.960, o que representa um crescimento de 35%.
O setor tem registrado aumento de procura nos últimos meses. “Todo veículo que é produzido aqui, a gente faz questão de, na entrega do veículo, realizar um treinamento de uma hora e meia, justamente para poder orientar o cliente coo utilizar o veículo” disse Edeval Salermo, diretor da Shield Rio.
“É importante, no momento que você for utilizar a blindagem, você entender que é um carro realmente que foi concebido para fuga. Não é um carro para você ficar ali recebendo disparo”, completou.