
A Polícia Civil de São Paulo prendeu na tarde desta terça-feira (7) o suspeito de ser o motorista da quadrilha responsável pelo roubo de mais de R$ 2 milhões de uma construtora no bairro da Barra Funda, Zona Oeste da capital. A detenção ocorreu na casa do suspeito, localizada no extremo leste de São Paulo, onde ele estava na companhia da esposa.
O homem é o primeiro a ser identificado e detido, pois foi o único dos envolvidos que, durante a ação criminosa, não se preocupou em ocultar o rosto das câmeras de segurança. A identificação foi feita rapidamente pela polícia através de reconhecimento facial.
Segundo informações apuradas, o suspeito, que possui diversas passagens por roubo, deixou o sistema prisional em junho. No momento da prisão, ele tentou destruir dois aparelhos celulares, que foram apreendidos pela polícia, junto com um par de tênis que ele utilizava no dia do crime.
Ousadia e planejamento: a dinâmica do assalto milionário
A ação criminosa ocorreu em um edifício empresarial na Barra Funda e chamou a atenção pela ousadia. Enquanto quatro criminosos armados subiram até o 21º andar do prédio, onde fica a construtora, o motorista permaneceu no carro da quadrilha, no estacionamento do condomínio.
Os quatro assaltantes que invadiram a empresa usavam luvas, máscaras, perucas e até distintivos falsos da polícia. O grupo utilizou a estratégia para ter acesso facilitado ao andar da construtora. No andar, os criminosos renderam e fizeram reféns diretores da empresa.
O objetivo principal do roubo eram as transações bancárias. Mais de R$ 2 milhões foram transferidos das contas da construtora para contas de pessoas jurídicas espalhadas por todo o país. Essa pulverização dos valores em contas diversas é uma tática para dificultar a recuperação do dinheiro pela polícia. Além das transferências, os suspeitos roubaram R$ 300 mil em dinheiro, joias, celulares das vítimas e uma pistola semiautomática de um dos diretores.
Investigações buscam os demais integrantes
O motorista foi o responsável por entrar no estacionamento com o carro da quadrilha e, posteriormente, pagar o tíquete para deixar o condomínio empresarial. Quando questionado pela polícia sobre o que fazia no local, ele alegou que havia ido ao dentista.
A polícia civil trabalha agora com a expectativa de identificar e prender os demais integrantes do bando. A investigação aponta que a quadrilha contou com um sexto integrante, apelidado de "Professor", que não participou diretamente do assalto. Este homem permaneceu por duas horas ao celular com um dos ladrões, fornecendo informações e orientações sobre como a ação deveria prosseguir dentro da construtora.
A polícia também concentra esforços na identificação dos beneficiários das transferências bancárias feitas a partir das contas da construtora. O roubo, que pela complexidade e planejamento é comparado à trama da série espanhola "La Casa de Papel", teria sido planejado por meses e contou com o uso de informações privilegiadas sobre a rotina e o sistema financeiro da construtora.