O presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou na noite desta segunda-feira (15) ao Congresso o Orçamento de 2026, que prevê aumentos nos gastos com setores sociais após quase dois anos de forte contenção fiscal.
Afirmando que “o pior já passou” dentro da crise econômica enfrentada pelo país, o presidente anunciou que as aposentadorias terão alta de 5%, a saúde receberá 17% a mais, a educação contará com incremento de 8% e as pensões por deficiência terão reajuste de 5%.
Todos os aumentos, segundo Milei, ficarão acima da inflação projetada, mas o equilíbrio fiscal seguirá como princípio inegociável de sua gestão.
O projeto chega em meio a um cenário político e econômico turbulento para o governo ultraliberal. Recentemente, Milei sofreu uma derrota expressiva para o peronismo na província de Buenos Aires, com diferença de quase 14 pontos percentuais nas eleições legislativas. O resultado derrubou ações argentinas em Wall Street e na Bolsa de Buenos Aires, além de provocar alta do dólar.
As estimativas do Orçamento de 2026 projetam crescimento de 5% do PIB, inflação anual de 10,1%, superávit fiscal de 1,4% do PIB e cotação média do dólar a 1.423 pesos - abaixo do valor atual.
A proposta também surge dias após o Congresso impor a primeira rejeição ao presidente, ao negar seu veto a uma lei que ampliava recursos para políticas de deficiência. O setor é alvo de denúncias de corrupção que envolvem a secretária-geral da Presidência, Karina Milei, irmã do chefe do Executivo.