
Em meio à crise do metanol, a polícia investiga criminosos que criaram páginas falsas com testes para identificar adulteração – golpe utilizado pelos criminosos para roubar os dados dos usuários. Além disso, ainda há fake news com testes caseiros, que não são eficazes, para descobrir se a bebida foi batizada.
“Sobrou espaço de um mindinho? É verdadeira. Se sobrar espaço maior, aí é falso”, diz um dos golpistas.
Um deles ainda diz para jogar a bebida alcóolica em um pão. A promessa é de que, quando o metanol entra em contato com o amido, gera uma coloração mais escura.
Já outro vídeo diz que é possível detectar o metanol com uma colher e um isqueiro.
“Se a cor da chama for azul, tá ok”, disse.
Todas essas informações são falsas. Elas não têm comprovação científica e já foram desmentidas por especialistas. Os testes 100% confiáveis são feitos em laboratórios em uma máquina que consegue vaporizar as substâncias presentes em uma amostra de bebida e identificar cada uma delas.
Além de toda enganação nas redes sociais, outro alerta é em relação aos golpes na internet. Há sites dizem vender canudos que supostamente mudariam de cor ao entrar em contato com o metanol. Os golpistas têm acesso aos dados das vítimas na hora de fazer o pagamento – e o produto nem existe.
Estudos estão sendo realizados para detectar bebidas batizadas de forma mais prática, mas todos ainda estão na fase de testes. O alerta emitido pela Secretaria Nacional do Consumidor e pelo Ministério da Justiça ainda destaca que não há nenhuma suspeita de contaminação em outras bebidas que nãos sejam as destiladas. Por enquanto, as recomendações seguem as mesmas.
“Não adquira bebida alcoólica em locais clandestinos, adegas que não tenham procedência, selo de identificação, (...) principalmente na verificação dessa origem e desconfiar sempre de locais que praticam preços abaixo do mercado”, disse a diretora da associação dos delegados do Brasil Raquel Gallinati.
Até o momento, foram confirmados 29 casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcóolicas, nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mais de 200 notificações ainda estão sendo investigadas.
Cinco pessoas morreram e outras doze mortes são investigadas.