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Luísa Sonza protesta contra feminicídios: “Cansamos de virar estatística”

Luísa Sonza integrou, neste domingo, as manifestações que reuniram milhares de mulheres em todo o país para protestar contra o aumento dos casos de feminicídio em 2025. Os atos ocorreram em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal. Conforme o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de brasileiras sofreram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses.

Durante sua participação, a cantora fez um discurso pedindo ações mais eficazes do poder público e reforçando a responsabilidade social no combate à violência contra a mulher. “Precisamos de novas medidas que realmente nos protejam, que punam devidamente esses agressores e que as leis já existentes passem a funcionar”, afirmou. Ela também destacou que o movimento busca chamar atenção para a importância da formação de “bons homens” na sociedade.

Luísa reforçou que a luta contra o machismo não é um enfrentamento aos homens, mas um pedido de participação ativa deles na mudança cultural. “Nós não estamos contra vocês; é vocês que não estão do nosso lado. Não é todo homem culpado, mas todo homem é responsável por combater o machismo, a violência, o feminicídio”, disse, acrescentando que já passou da hora de a sociedade sentir vergonha da perpetuação dessas violências.

A artista também defendeu que o tema seja discutido de forma contínua em diferentes ambientes. “Esse assunto precisa ser falado nas conversas em família, com amigos, nas escolas e em qualquer espaço. O machismo precisa deixar de ser normalizado, visto como brincadeira.”

Em outro trecho do discurso, Luísa alertou para o fato de que o feminicídio é o estágio final de um ciclo de agressões. “O machismo é um crime que começa muito antes do feminicídio. Não podemos mais ser vistas como posse, algo que pode ser controlado ou retirado de cena quando um homem decide que a gente não merece viver.”

Ao encerrar sua fala, a cantora ressaltou a exaustão das mulheres diante das estatísticas crescentes e o direito fundamental à vida. “Nós já cansamos de virar estatística. Queremos voltar para casa. Queremos liberdade para andar no mundo sem medo. Respeito é um direito nosso. Existir é um direito nosso.”

Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídios. Em média, cerca de quatro mulheres foram assassinadas por dia em 2024  em razão do gênero, em contextos de violência doméstica, familiar ou por menosprezo e discriminação  relacionados à condição do sexo feminino. 

Em 2025, Brasil já registrou mais de 1.180 feminicídios e quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180, segundo o Ministério das Mulheres.

Casos que chocaram

Na sexta-feira (5), foi encontrado, em Brasília, o corpo carbonizado da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos. O crime está sendo investigada como feminicídio, após o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, ter confessado a autoria do assassinato. Ele está preso no Batalhão da Polícia do Exército.

No final de novembro, Tainara Souza Santos teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, enquanto ainda estava presa embaixo do veículo. O motorista, Douglas Alves da Silva, foi preso por tentativa de feminicídio. 

Na mesma semana, duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), no Rio de Janeiro, foram mortas a tiros por um funcionário da instituição de ensino que se matou em seguida.

Fonte: Band.
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