
A Justiça decretou a prisão temporária do quarto suspeito de participar da execução do ex-delegado-geral de polícia de São Paulo, Ruy Fontes, no litoral do estado. Uma mulher foi presa nesta quarta-feira (17) e três homens estão foragidos.
A mulher, de 25 anos, confessou ter sido paga para transportar um dos fuzis usados no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes. Dahesly Oliveira Pires disse ter saído de Diadema, na Grande São Paulo, e ido até Praia Grande, no litoral paulista.
Chegando lá, pegou um pacote com a arma e chamou um carro de aplicativo para voltar para casa. Segundo Dashly, ela foi contratada por Luiz Antônio de Miranda, que pagou o serviço via pix em nome do filho, que tem 10 anos.
Luiz, que já teria retirado a arma da casa dela, também teve a prisão decretada. Testemunhas disseram ter visto, na casa dele, uma Hilux preta, dias antes do crime.
Polícia tenta identificar atiradores
Agora, o desafio da polícia é identificar os homens que executaram a ação. A forma de agir chamou atenção dos investigadores: todos sabiam o que fazer e eram extremamente treinados.
Depois de atirarem contra o carro em movimento, os bandidos começam a perseguição. Ao ver o capotamento, o motorista para e permanece na direção. À esquerda, com um fuzil, um dos criminosos faz a contenção do trânsito e os outros dois vão até o carro e atiram outras vezes na vítima.
O motorista, então, faz a manobra com o veículo com as portas abertas, facilitando o embarque. O movimento de fuga também é algo treinado. A polícia está convencida de que o crime organizado está por trás da ação e não descarta a participação de policiais ou ex-policiais.
Ex-delegado estava sendo monitorado
A principal linha de investigação é a atuação do delegado na Prefeitura da Praia Grande. Ruy Fontes, que era secretário de administração, teria encontrado ilegalidades em licitações e contratos com pessoas suspeitas de ligação com crime organizado; uma delas seria parceiro de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos chefões do PCC.
Ruy estaria sendo monitorado há seis meses. Policiais recolheram do carro do ex-delegado uma parta com documentos importantes que estão sendo analisados. A polícia também não descarta a hipótese de vingança pelo PCC pelo combate do então delegado contra a facção.