
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal aponta que a morte da jovem que realizou um procedimento estético na clínica Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, pode ter sido motivada por uma "ação perfuro contundente" no rim e hemorragia interna. O caso aconteceu na segunda-feira (8) e é investigado pela Polícia Civil.
Marilha Menezes Antunes tinha acabado de completar 28 anos e decidiu comemorar a data com a realização de um procedimento que retira gordura de outra parte do corpo para enxerto no glúteo.
Na segunda-feira (8), a vítima e a irmã chegaram antes do meio-dia na unidade de saúde. Oito horas depois, o SAMU, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados para constatar a morte da jovem.
Segundo parentes da vítima, a unidade de saúde não tinha equipamento para caso de emergência. O médico escolhido foi o doutor José Emílio de Brito.
O profissional com cadastro regular no Conselho Federal de Medicina chegou a assinar um laudo afirmando que a causa da morte tinha sido broncoaspiração, seguido de uma parada cardiorrespiratória, o que é questionado pelos familiares.
Segundo a irmã da vítima, Léa Antunes, houve negligência do médico, a partir do laudo do IML.
Os familiares de Marilha Menezes Antunes estiveram na manhã desta terça-feira (9) no Instituto Médico Legal de Campo Grande para liberar o corpo. O velório deve acontecer nesta quarta (10) no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.
Pelas redes sociais, o médico que realizou o procedimento estético oferece consultas e avaliações on-line e ressalta que as cirurgias são realizadas no hospital Amacor com disponibilidade de centro cirúrgico.
Em um dos grupos com possíveis interessados, o médico reúne cerca de 200 pessoas. Marilha chegou a pagar de R$ 4 a 5 mil pelo procedimento estético com o dinheiro das férias.
O médico responsável disse a família de Marilha Menezes Antunes que ficou em choque com o episódio. A fala do doutor José Emílio de Brito foi dada enquanto socorristas do SAMU falavam com os parentes sobre a morte de Marilha. Em conversa com a família da jovem, o médico explicou o procedimento, que a ação de tentativa de socorro foi muito rápida e que Marilha foi intubada.
Para o presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica, Diovane Ruaro, sempre há riscos em procedimentos estéticos.
A vítima deixa um filho de 6 anos. Em nota, a Polícia Civil disse que apura os fatos e a causa da morte.
A clínica Amacor lamentou o episódio e disse que a unidade é alugada por equipes médicas terceiras para realização de procedimentos. or equipe médica terceira em nossa clínica.
A empresa disse ainda que o centro cirúrgico encontra-se devidamente aparelhado com todos os equipamentos essenciais para o atendimento de emergências cardiovasculares e respiratórias e que a unidade dispõe de carrinho de parada cardiorrespiratória completo, equipado com medicamentos, dispositivos de via aérea avançada.
A clínica Amacor disse que as manobras de ressuscitação cardiopulmonar chegaram a ser iniciadas.
A reportagem da BandNews FM aguarda posicionamento do Conselho Regional de Medicina do Rio e do médico José Emílio.