
A Polícia Civil de Santos, no litoral paulista, prendeu na tarde desta terça-feira (7) o último foragido suspeito de envolvimento na execução por engano de João Victor Brito Rosa, de 20 anos, em dezembro de 2024, na Praia da Enseada, no Guarujá. O homem, identificado como Vanderlei Alves de Oliveira, estava foragido há dez meses e foi localizado em uma casa onde vivia escondido no Grajaú, Zona Sul de São Paulo.
Vanderlei, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, é apontado pelas investigações do Departamento de Homicídios como o autor dos disparos que atingiram João Victor na cabeça. Segundo o delegado Thiago Bonametti, o suspeito estava sendo monitorado. A polícia descobriu que ele havia vendido o celular e suspeitou de uma possível fuga, o que motivou a intensificação das buscas.
O foragido revelou à polícia que, desde o crime, vivia recluso, pedindo comida por delivery e saindo de casa apenas uma vez por mês, disfarçado com um boné, para ir ao mercado. A prisão de Vanderlei completa a lista de três envolvidos no crime que agora estão detidos e devem ser levados a júri popular.
Mandante, atirador e morte por confusão
A investigação policial demonstrou que João Victor foi vítima de um erro de identificação. O verdadeiro alvo dos tiros era o atual namorado da ex-esposa de Vagner Sebastião Barbosa, de 43 anos, o mandante do assassinato, que foi preso em janeiro deste ano. A motivação do crime era passional, e a ex-mulher de Vagner, que era constantemente ameaçada, foi quem permitiu à polícia descobrir a real intenção criminosa.
Vanderlei Alves de Oliveira, o atirador, teria confundido João Victor com o alvo na praia. O suspeito teria recebido R$ 30 mil para realizar o "serviço", embora ele negue ter recebido a quantia. O delegado Thiago Bonametti, no entanto, afirma que a polícia possui provas das transações e mensagens que comprovam o pagamento pelo crime, feito a partir de transferências bancárias.
Vanderlei contou com a ajuda de um comparsa, Eliaquim Ferreira do Nascimento, de 28 anos, que dirigia o veículo usado no dia do crime e foi o primeiro a ser identificado e preso pelas autoridades.
A tragédia do passeio romântico
Na manhã do crime, João Victor havia saído de Carapicuíba, na Grande São Paulo, onde morava com a mãe e o irmão, para levar a namorada, com quem tinha um relacionamento recente, para ver o nascer do sol na praia. A vítima, que era repositor de supermercado, planejava um passeio rápido, pois precisava retornar para o trabalho.
O jovem estava na faixa de areia quando foi atacado pelas costas e atingido pelos disparos. Pouco antes de ser baleado, ele havia enviado uma foto para a mãe, Alessandra Brito. A mãe, que minutos depois recebeu a notícia da morte do filho, buscou o corpo em um caixão.
Em depoimento, Alessandra Brito expressa o alívio com a prisão do último suspeito, afirmando que agora consegue viver o luto pela perda. Ela espera que os três criminosos sejam condenados, destacando a dor de ter seu filho assassinado "sem nem saber o porquê". João Victor deixou um filho de dois anos, que era a grande paixão de sua vida.