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Estudo brasileiro facilita diagnóstico de lipedema por ultrassom

O Lipedema, uma doença genética crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura e inchaço, principalmente nas pernas, afeta cerca de 12% das mulheres brasileiras. Frequentemente confundido com a obesidade, o diagnóstico da condição, antes determinado apenas por exame clínico, promete ficar mais fácil e objetivo graças a um novo estudo brasileiro.

A pesquisa nacional descobriu que o Lipedema pode ser diagnosticado com um aliado: o ultrassom. A ultrassonografia consegue identificar alterações na gordura acometida pela doença, fornecendo uma nova forma de documentar a condição. De acordo com a pesquisadora Amanda Martins, essa descoberta tem uma implicação direta na vida das pacientes: o documento serve como uma “prova real” de que elas têm a doença, auxiliando na liberação de tratamentos e procedimentos por convênios.

A doença se manifesta com dor e inchaço, especialmente nas pernas, e atinge coxas, quadris e braços. Deise Ávila Dolejal, servidora pública que convive com a condição, relata que a dor física e o sofrimento emocional são constantes. Ela descreve que, além da dor, o Lipedema causa inchaço, hematomas (roxo) e uma flacidez maior na região, levando muitas mulheres a tentar esconder as pernas com roupas compridas.

O Lipedema não tem cura e é causado por uma predisposição genética. A cirurgiã cardiovascular Nubia Franzon explica que as células de gordura das pacientes com Lipedema possuem receptores para o hormônio estrogênio em maior quantidade, tornando-as mais propensas a acumular gordura do que as células de outras pessoas.

Diagnóstico e Documentação

A principal característica do Lipedema é o acúmulo desproporcional de gordura nas extremidades, muitas vezes com início ou piora após a puberdade ou eventos hormonais. Até então, a identificação era baseada na avaliação física do médico, que considerava a distribuição da gordura, a presença de dor e a ausência de inchaço nos pés.

Com a nova evidência obtida por meio da ultrassonografia, o Lipedema ganha um método de documentação mais concreto e instrumental. A possibilidade de ter um exame de imagem que confirme a doença é crucial para as pacientes, pois a falta de um diagnóstico objetivo e formal era um dos grandes obstáculos para a obtenção de tratamentos adequados, como a lipoaspiração, que em muitos casos é a única forma eficaz de remover a gordura lipedêmica.

A cirurgiã cardiovascular Nubia Franzon reforça que, devido à natureza hormonal da doença, as células de gordura do Lipedema reagem de forma diferente e tendem a acumular mais gordura do que o normal. A correta identificação, portanto, é o primeiro passo para o manejo da condição, que pode incluir terapias de compressão, drenagem linfática e, em casos mais avançados, o tratamento cirúrgico.

O estudo brasileiro, ao validar o uso do ultrassom, representa um avanço significativo no campo do diagnóstico e no reconhecimento do Lipedema como uma condição médica distinta, e não apenas um problema estético ou de obesidade.

Fonte: Band.
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