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Dentista vira ré após paciente ter rosto deformado em procedimento estético
Reprodução

Uma cirurgiã-dentista é indiciada por lesão corporal grave e gravíssima após uma paciente ficar com rosto deformado depois de um procedimento estético no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Sudoeste do Rio.

A advogada Eloah Lins fez uma "platismoplastia", também conhecida como lipoaspiração da papada e no dia seguinte teve complicações. Ela chegou a ficar internada por 12 dias em uma unidade de terapia intensiva. O procedimento foi feito em novembro de 2024 e pacientes afirma que ainda tem lesões.

Eloah conta que na época, familiares chegaram a se despedir dela, achando que não iria resistir.

"Eu cheguei no hospital e fui imediatamente encaminhada para o CTI. Para você ter uma ideia, a minha família foi toda chamada, meu pai de mais de 80 anos foi chamado para se despedir de mim, minha mãe que tem problemas cardíacos, a gente nem contou para ela, meu filho estava fora do Brasil fazendo uma viagem internacional, foi um absurdo tudo que eu vivi."

A paciente explica que decidiu denunciar o caso agora, pois lhe faltavam condições emocionais.

"O procedimento foi em novembro de 2024, tá fazendo um ano, e eu demorei um ano pra ter coragem emocional, maturidade emocional, pra conseguir transformar essa dor em força pra que nenhuma mulher passe por tudo que eu passei."

A cirurgiã-dentista Cynthia Heckert Brito virou ré após a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público, que apontou que o procedimento realizado está fora do escopo da odontologia.

Em nota, a defesa de Cynthia afirmou que a profissional tem especialização cirúrgica, em harmonização orofacial e cirurgia estética da face, inclusive com formação específica para o manejo de intercorrências. A defesa disse que o caso foi uma intercorrência clínica e que o tipo de evento não decorre necessariamente de erro profissional, mas de fatores individuais do próprio organismo do paciente, que nem sempre podem ser previstos ou controlados.

Por fim, a defesa da profissional informou que até o momento, a cirurgiã dentista não foi formalmente citada de qualquer decisão definitiva que determine sua suspensão profissional.

NOTA NA ÍNTEGRA DA DEFESA

A Dra. Cynthia Heckert Brito é cirurgiã-dentista, com mais de 15 anos de atuação profissional, 10 anos de especialização cirúrgica, especialista em harmonização orofacial e cirurgia estética da face, inclusive com formação específica para o manejo de intercorrências, que são complicações possíveis e reconhecidas na literatura médica e odontológica.

No caso recentemente divulgado, o que ocorreu com a paciente foi, de fato, uma intercorrência clínica, situação que pode acontecer mesmo quando o procedimento é realizado de forma correta, técnica e dentro dos protocolos exigidos. Esse tipo de evento não decorre necessariamente de erro profissional, mas de fatores individuais do próprio organismo do paciente, que nem sempre podem ser previstos ou controlados.

É importante esclarecer que até o presente momento a Dra. Cynthia não foi formalmente citada de qualquer decisão definitiva que determine sua suspensão profissional. Eventual medida nesse sentido, caso venha a ser confirmada, será devidamente questionada pela defesa, por ser considerada desproporcional e por violar um princípio básico do Estado de Direito: a presunção de inocência, já que não há culpa comprovada.

Quanto à internação da paciente em CTI, trata-se de uma conduta médica preventiva, adotada com o objetivo de preservar a vida e garantir segurança total. A decisão sobre a necessidade e duração dessa internação cabe exclusivamente à equipe médica que acompanhou o caso, e reflete cautela e zelo, não gravidade irreversível. Ressalte-se que a paciente não apresentou sequelas permanentes, o que demonstra que a intercorrência foi controlada e revertida.

Sobre o procedimento realizado, o Conselho Federal de Odontologia reconhece que ele pode ser executado por cirurgiões-dentistas dentro dos limites legais da atuação profissional, que abrangem cabeça e pescoço. Inclusive, o Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro (CRO-RJ) já se manifestou oficialmente, por meio de ofício, confirmando que a Dra. Cynthia atua dentro de sua competência legal e técnica.

O consultório continua em atividade, pois está regular sem nenhuma pendência dos órgãos sanitários.

A Doutora não responde a nenhum processo de exercício ilegal da medicina, até mesmo por não ser realizado pela profissional nenhum ato que configure ato médico, todos os procedimentos realizados por ela são dentro de sua competência, área de atuação e regulamentados pelo seu Conselho de Classe, qual seja o CFO.

A profissional recebe com surpresa e indignação a forma como o caso vem sendo exposto publicamente. Ela prestou todo o suporte necessário à paciente, acompanhou o ocorrido e acreditava que a situação havia sido resolvida de maneira adequada, inclusive porque não houve retorno posterior da paciente nem registro de sequelas.

A exposição pública da profissional, antes de qualquer apuração definitiva, tem causado danos emocionais, profissionais e reputacionais, gerando um transtorno que ultrapassa os limites do razoável.

A Dra. Cynthia reforça seu compromisso com a ética, a segurança dos pacientes e a transparência, e se coloca à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, confiando que os fatos serão analisados com responsabilidade e justiça.

Fonte: Band.
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