O delegado Bernardo Leal, da Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE), recebeu alta hospitalar na manhã deste sábado, após quase dois meses de internação. O agente foi baleado durante a megaoperação Contenção, realizada nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em 28 de outubro.
No momento da saída do hospital, o delegado foi cercado por colegas da Polícia Civil, amigos, familiares e pela equipe médica responsável pelo seu tratamento. Emocionado, Bernardo Leal agradece o apoio e o salvamento.
"Agradecer o salvamento, os que estavam lá e participaram. Todos os que torceram, que vibraram, só estou vivo aqui porque vocês fazem parte disso. Polícia Civil acima de tudo, sempre", declara o delegado em sua saída.
Ação e Recuperação do Delegado
Bernardo Leal estava na linha de frente da Operação Contenção quando foi atingido por disparos de traficantes do Comando Vermelho. Imagens feitas momentos após ele ser atingido na perna mostram o delegado sendo socorrido pelos colegas em meio a intenso tiroteio.
O disparo atingiu a artéria femoral do delegado, o que resultou em uma grave hemorragia. Leal precisou passar por uma cirurgia de amputação de uma das pernas.
Agora, em nova etapa de recuperação, o delegado diz que está melhorando e já planeja seu retorno ao trabalho na Polícia Civil. "Tá tudo melhorando, graças a Deus. Estamos na recuperação aqui... Daqui a pouco 'tô' curado aqui e aí é uma nova etapa, de prótese. Muito obrigado por tudo, tá?", afirma o delegado com exclusividade.
O governo do estado do Rio de Janeiro é responsável por custear a prótese do delegado, avaliada em cerca de 500 mil reais. Além da prótese, o delegado precisará de cuidados especializados em casa, incluindo home care 24 horas e acompanhamento de profissionais como intensivista, fisioterapeuta, psiquiatra e psicólogo. A data para seu retorno à Polícia Civil ainda não está definida.
O Contexto da Operação
A Operação Contenção, na qual o delegado foi ferido, resultou na morte de 117 suspeitos que, segundo a polícia, resistiram à chegada das forças de segurança. Agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foram atacados em vários pontos da área de mata, que ficou conhecida como "Muro do Bope".
Cinco policiais não resistiram aos ferimentos e morreram na ação. A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro prometeu novas megaoperações em bases do Comando Vermelho após a ação, o que ainda não aconteceu.