O nome é complicado: blefaroplastia. Mas a definição é simples: trata-se da cirurgia de remoção de pele e gordura das pálpebras e sob os olhos.
Se você não conhece, provavelmente conhece alguém que conhece. Afinal, trata-se da cirurgia plástica mais realizada no mundo. Em 2024, foram mais de 2 milhões de pacientes.
Entre os homens, o procedimento ocupa o primeiro lugar no ranking, inclusive no Brasil. Entre as mulheres, perde a penas para a lipoaspiração. Entre as brasileiras, as próteses de silicone nas mamas ocupam o segundo lugar. Mesmo assim, os médicos vêm percebendo um maior interesse no país em rejuvenescer a região dos olhos.
“Uma das causas com certeza é a mídia social”, acredita o cirurgião plástico Wendell Uguetto. “Exposição de foto, exposição de vídeo. Você tem que estar sempre muito bem.”
Apesar de ser um procedimento considerado simples, é bom lembrar: toda cirurgia envolve riscos. Por isso, leve em consideração o próprio desejo e evite ceder a qualquer pressão por estética.
“A gente tem que entender o que é modismo e o que é uma necessidade”, adverte o médico, que diz que a cirurgia é mais recomendada a homens e mulheres a partir dos 40 anos.
Fez e aprovou
É o caso da empresária Letícia Castro, de 40 anos, que optou pela cirurgia quando viu fotos antigas. Desde que operou as pálpebras, ela sente o olhar renovado.
“Eu amei, o resultado é incrível. Muda muito. Eu me olho no espelho desde a primeira semana eu já olhava e via a diferença”, diz Letícia, que se mostrou satisfeita com o procedimento.
“O que incomoda um pouco são os pontinhos. Você não pode fazer algumas atividades durante algum tempo. De resto, é absolutamente indolor”, descreveu.
Conheça os riscos
A ascensão do procedimento nos últimos anos impressiona até quem é da área. É o caso do médico infectologista Jean Gorinchteyn, colunista de saúde do Bora Brasil, que lembra que o Brasil é o principal mercado mundial de cirurgias plásticas.
“O Brasil é o líder de cirurgia plástica no mundo, e a cirurgia plástica de forma geral – não só os procedimentos que são cirúrgicos mesmo, mas aqueles procedimentos estéticos, que são menos invasivos”, afirmou o médico em participação na edição desta terça-feira (19) do Bora Brasil.
O médico reconhece a importância de procedimentos como a blefaroplastia para o fortalecimento da autoestima de homens e mulheres. Mas alerta para os perigos da realização de cirurgias com profissionais sem as devidas credenciais.
Para garantir uma cirurgia satisfatória, Jean Gorinchteyn recomenda que pacientes procurem profissionais que sejam credenciados no Conselho Regional de Medicina e com titulação própria, além de clínicas que tenham recursos técnicos para uma resposta imediata para o caso de alguma intercorrência. Pacientes podem também consultar antecedentes no CRM do profissional.
“É isso que dá essa vitalidade, a possibilidade de homens e mulheres se tornarem mais jovens. À medida em que a gente vai tendo mais anos de vida e saúde, a gente também quer cuidar do visual”, afirmou. “O grande problema são essas coisas milagrosas que são propagadas pela internet e que muitas vezes sequer são feitas por um profissional médico qualificado.”