Os casos de hepatite A voltaram a crescer no Brasil depois de quase uma década em queda.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, houve aumento de 54% em apenas um ano, o que acendeu o alerta das autoridades sanitárias.
Em Belo Horizonte, foram registrados 273 casos confirmados da doença nos primeiros nove meses deste ano — número que já ultrapassa em mais de 50% todo o total de 2023.
A hepatite A é uma inflamação aguda do fígado, transmitida principalmente pela via fecal-oral, através do consumo de água ou alimentos contaminados, ou ainda pelo contato direto com pessoas infectadas.
Mudança no perfil de transmissão
O infectologista Adelino Melo aponta que a alta recente também está ligada a uma nova forma de contágio. “Um aumento de casos principalmente relacionado à transmissão sexual, que não era tão comum. Uma parcela da população não é vacinada contra esse vírus e, assim que tem um contato de risco, pode se infectar e apresentar sintomas da doença”, explica.
Entre os sinais mais comuns estão febre, fadiga, náuseas e dor abdominal.
Vacinação e prevenção
A vacina contra a hepatite A foi incluída no calendário infantil do SUS em 2014, aplicada em crianças de 15 meses a 4 anos. No entanto, a cobertura vacinal entre adultos é limitada, o que ajuda a explicar a disseminação atual.
Diante do surto, o Ministério da Saúde ampliou neste ano a imunização gratuita para adultos que utilizam profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. Para os demais adultos, a vacina está disponível apenas na rede particular.
É possível verificar se já houve vacinação por meio de um exame de sangue. Especialistas reforçam a importância da prevenção, não só pela imunização, mas também com cuidados básicos de higiene, como lavar bem os alimentos, consumir água tratada e adotar preservativo em relações sexuais.