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"Banco Master é caso pontual e não deve gerar crise", avalia economista
Reprodução/Band

A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central em meio à Operação Compliance Zero da Polícia Federal nesta terça-feira (18), gerou apreensão no mercado financeiro, mas não deve desencadear uma crise sistêmica no setor.

A avaliação é do economista Gesner Oliveira, que vê o episódio como "pontual" e destaca a solidez do sistema bancário nacional.

Em entrevista à BandNewsTV, o especialista analisou os impactos da intervenção na instituição, alvo de investigações por gestão fraudulenta e fabricação de carteiras de crédito fictícias. 

"Não acredito que gerará uma grande crise. O sistema financeiro brasileiro é bastante sólido", afirma Oliveira.

Para o economista, a ação do Banco Central já era esperada pelo mercado, dado o "descompasso" entre os ativos e passivos do Master. "Sempre que há uma liquidação por parte do Banco Central, é porque houve uma análise de que as atividades não eram sustentáveis", explica.

Investidores protegidos pelo FGC

Um dos pontos centrais de preocupação é o ressarcimento de quem tinha recursos aplicados no banco. Gesner Oliveira ressalta o papel fundamental do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) neste cenário. 

O mecanismo protege investidores de produtos como poupança, CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.

"Se um correntista tenha uma poupança ou um CDB até R$ 250 mil, ele terá a cobertura, que é razoável. Isso permite garantir que não haverá um grande prejuízo", detalha o economista.

Ele lembra ainda que o Conselho Monetário Nacional (CMN) adotou medidas preventivas recentes para robustecer o fundo, como o aumento da contribuição dos bancos associados, especialmente daqueles com maior risco.

Efeito no mercado e cautela

Apesar de descartar um risco generalizado, Gesner admite que o caso pode gerar um "efeito pontual" de desconfiança, afetando temporariamente a captação de instituições menores. 

"É natural que num primeiro momento algumas pessoas fiquem temerosas e muito mais exigentes em relação aos fundamentos daqueles papéis que elas vão adquirir", observa.

O economista recomenda cautela e análise rigorosa por parte dos investidores, evitando decisões baseadas em boatos. "Sempre é necessário olhar os fundamentos, verificar qual é a instituição, se ela tem uma boa política de compliance e para que empreendimentos está dando crédito", orienta.

Operação da PF mira cúpula do banco

A análise econômica ocorre no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Compliance Zero para desarticular o esquema criminoso no Banco Master. 

A ação resultou na prisão do presidente da instituição, Daniel Vorcaro, detido no aeroporto de Guarulhos sob suspeita de tentativa de fuga.

A investigação aponta que a gestão do banco teria fabricado carteiras de crédito insubsistentes — ativos sem valor real — para vender a outras instituições e mascarar rombos financeiros durante fiscalizações do Banco Central. Além de Vorcaro, outros diretores e ex-executivos da cúpula do banco são alvos de mandados de prisão.

Fonte: Band.
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