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Ataques e mortes por “abelhas assassinas” crescem e representam problema de saúde pública
Pixabay

Nos últimos dias, abelhas ganharam as páginas de diversos sites de notícias. Entre sexta-feira (15) e domingo (17), por exemplo, houve morte, ataque a retiro espiritual masculino e até caminhão tombado porque o motorista perdeu o controle após picadas.

Tantas ocorrências assim ganham contornos numéricos, pois os ataques das chamadas abelhas-africanizadas e óbitos decorrentes de picadas aumentaram entre 2021 e 2024, conforme estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) publicado na revista científica Frontiers in Immunology. O Jornal da Unesp repercutiu o levantamento na semana passada, 11 de agosto.

Como surgiu a “abelha assassina”

É importante entender que as abelhas-africanizadas são uma espécie híbrida, resultante do cruzamento acidental, no Brasil, de abelhas-europeias (Apis mellifera mellifera) com abelhas-africanas (Apis mellifera scutellata). Na América do Sul, esse novo animal demonstrou adaptabilidade excepcional ao clima tropical e se espalhou rapidamente pelo continente.

Apesar das características positivas das abelhas-africanizadas para a apicultura, devido à resistência a doenças, maior taxa reprodutiva e ciclos de desenvolvimento mais curtos, elas são mais agressivas. Por conta disso, popularmente, também são conhecidas como “abelhas assassinas”.

“Problema de saúde negligenciado”

Ao longo dos últimos anos, incidentes e até mortes envolvendo as abelhas-africanizadas batem sucessivos recordes. Entre 2021 e 2024, o número de ataques aumentou de 18.668 para 34.252, um salto de 83%. No mesmo período, a quantidade de óbitos cresceu 123% e alcançou 125 casos em 2023 e 2024.

Por causa desse crescimento preocupante, pesquisadores da Unesp concluíram, na publicação na Frontiers in Immunology, que o envenenamento por picadas das abelhas-africanizadas representam um “problema de saúde pública negligenciado”. O trabalho da equipe foi coordenado pelo médico-veterinário Rui Seabra Ferreira Júnior, diretor do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap) da instituição de ensino.

Segundo os autores, essa negligência é caracterizada pelo crescimento dos acidentes e ausência de tratamento ou fármaco específico para atender as vítimas, a exemplo de um antídoto contra o veneno das abelhas.

Risco para áreas urbanas

O estudo não crava as acusas do aumento no número de ataques e óbitos, mas destaca preocupação da incidência, cada vez maior, de abelhas em ambientes urbanos, ligada, principalmente, ao uso de pesticidas, desmatamento e declínio dos recursos florais.

Conforme expuseram os pesquisadores, “as picadas de abelhas-africanizadas ocorrem de quatro a dez vezes mais frequentemente do que as de abelhas-europeias, frequentemente envolvendo ataques em grupo”. Além disso, a espécie híbrida libera mais veneno em comparação às outras.

Fonte: Band.
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