O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) procurou o São Paulo Futebol Clube em busca de repostas sobre 4 questões ligadas a atual gestão do clube comandada pelo presidente Julio Casares.
Os pontos questionados pela entidade são:
- A venda de jovens formados no clube por preços considerados baixos;
- O déficit na temporada de 2024;
- A parceria com a Galápagos, que é um fundo de investimentos;
- A cessão de 30% de Centro de Formação Laudo Natel, o CT de Cotia, e a sociedade do filho do presidente, Julio Casares Filho, com um empresário que tem atletas na base tricolor.
A denúncia, que veio de forma anônima, acusa de "gestão temerária" a atual diretoria do São Paulo.
O Ministério Público ainda não abriu investigação e teria procurado o clube para esclarecimentos em um primeiro momento.
São Paulo se posiciona
O São Paulo confirmou que recebeu questionamentos e pedidos de esclarecimento do Ministério Público, que recebeu as denúncias a partir de uma fonte anônima.
O clube acrescentou que respondeu ao pedido e se colocou à disposição para eventuais novas informações.
Parceria com a Galápagos
Por meio de uma rede social pessoa, o presidente Julio Casares anunciou, em outubro, um plano de reestruturação financeira com o fundo de investimentos Galápagos à frente. O projeto foi aprovado pelo Conselho Deliberativo.
Na ocasião, o Tricolor tinha uma dívida que girava em torno de R$ 856 milhões. O valor inclui divididas bancárias que ultrapassam a casa de R$ 220 milhões, impostos e acordos que chegam a R$ 258 milhõe e dívidas operacionais que giram em torno de R$ 376 milhões.
Venda de jovens da base
Neste temporada, a diretoria do São Paulo abriu mão de seis destaques da categoria de base. Um dos casos de maior repercussão foi o de Henrique Carmo, vendido ao CSKA, da Rússia, por seis milhões de euros fixos (cerca de R$ 32,5 milhões), com possibilidade de mais 1 milhão de euros em bônus por metas.
Henrique se juntará ao meia Matheus Alves, outro atleta da base negociado com o CSKA por seis milhões de euros, cerca de R$ 37,9 milhões na cotação da época.
Além deles, também deixaram o clube William Gomes, vendido ao Porto por R$ 55 milhões; Lucas Ferreira, ao Shakhtar Donetsk por R$ 50,6 milhões; Ângelo, ao Strasbourg por R$ 32,2 milhões; e Luiz Henrique, ao Real Múrcia, da terceira divisão espanhola.
"O São Paulo vive um momento de recuperação financeira, de necessidade. É uma questão difícil, mas que está melhorando. O clube precisa vender jogadores", justificou Casares à época.
Cessão de parte de Cotia
Em parceria com o mesmo fundo de investimentos, Galápagos, o São Paulo planejou a criação de um novo fundo investimento para a categoria de base. A proposta é de ter R$ 250 milhões injetados. Em troca, a Galápagos ficaria com 30%.