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Documento detalha perfil de delator do PCC morto no Aeroporto de Guarulhos (SP)
Reprodução/Band

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo realizou uma análise de perfilamento criminal sobre Antonio Vinícius Gritzbach, o empresário e investidor morto em uma execução no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, no ano de 2024. 

O Brasil Urgente teve acesso a este documento sigiloso, que detalha a personalidade e o modus operandi do indivíduo envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A investigação científica do DHPP traça o perfil vitimológico de Vinícius e começa ainda na sua infância, onde ele é descrito como "introvertido" e "nerd" até os 18 anos, proveniente de uma família com poder aquisitivo satisfatório e fã de jogos eletrônicos.

A análise aponta que Vinícius era "autodidata em investimentos" e possuía uma genialidade no ramo financeiro. Ele atuava nos mercados imobiliário e de criptomoedas, movimentando grandes somas de dinheiro com facilidade. Essa habilidade o tornou um ativo valioso para o PCC, funcionando como o principal intermediário na lavagem de dinheiro para traficantes e criminosos que precisavam inserir recursos ilícitos no mercado formal.

O DHPP conclui que Vinícius "enganou e mentiu para pessoas de alta periculosidade e desprezou leis e autoridades por não acreditar que seria efetivamente pego", sendo motivado por "dinheiro, ganância e posição de destaque".

Controlador e Estrategista nas Negociações

De acordo com o documento, Vinícius era "controlador e manipulador" e utilizava estratégias de comunicação para manter todos ao seu redor sob influência.

Essa conduta foi observada em momentos-chave. Após ser apontado como mandante da morte de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", um dos líderes do PCC, Vinícius tentou, por meio de sua comunicação, seduzir e se aproximar da imprensa.

Em outra ocasião, durante um atentado a tiros em seu próprio apartamento no Natal de 2023, o investidor recebeu a equipe do Brasil Urgente. Vinícius era vítima de uma trama. Ele chegou a chorar e mostrar vídeos de supostas extorsões policiais, mas recusou conceder entrevista formal. Posteriormente, a polícia descobriu que o escritório era monitorado por câmeras e que toda a conversa era gravada, indicando que a demonstração de emoção e a conversa foram "algo planejado".

As estratégias de Vinícius foram cruciais para seus negócios com o megatraficante Anselmo Cara Preta, que teria entregue mais de R$ 100 milhões para que o investidor gerasse lucros. As investigações indicam que, quando o mercado trouxe prejuízo aos investimentos, Vinícius teria resolvido mandar matar o líder do PCC.

No momento de sua execução no aeroporto, Vinícius estava sob diversas investigações ligadas à trama de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e assassinato. A polícia apurou que ele detinha sob sua posse dinheiro pertencente a pelo menos nove traficantes e empresários ligados ao PCC, além de servir de intermediário com o hacker que realizava os investimentos em criptomoedas. Com a execução de Vinícius em Cumbica, parte significativa desse montante desapareceu.

Fonte: Band.
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